terça-feira, 1 de julho de 2014

Bolha or not Bolha, that is the question! (Renda x Preço dos imóveis)

Assim como eu, diversos outros jovens solteiros ou casados, pessoas divorciadas ou com os filhos crescidos, enfim, vários tipos de pessoa em diversas faixas etárias, se interessam em comprar um imóvel. E sei que, também como eu, essas pessoas devem sentir um desânimo e desgosto quando o assunto é o preço da própria maloca.

Com certeza o debate 'existe bolha' e 'não existe bolha' deve ser a briga do século, talvez ganhando até do embate entre Anderson Silva x Chris Weidman! Mas, enquanto a certeza não vem, diversos blogs diariamente tratam sobre esse assunto.

Bom, um dos argumentos daqueles que acreditam que vivemos o fenômeno é a enorme diferença que existe entre a renda necessária para se financiar um imóvel pequeno ou médio em locais próximos aos centros, e aquela renda suada que a maior parte das pessoas realmente consegue ganhar no fim do mês. Nesse sentido, achei bem didática essa matéria do site O Pequeno Investidor (site que super recomendo, principalmente para aqueles que, como eu, procuram meios de otimizar o jeito de ganhar dinheiro através de investimentos).

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É preciso ganhar muito bem para ter um imóvel apenas mediano nas principais cidades brasileiras

A pesquisa foi extremamente bondosa com o mercado imobiliário nacional, porque fez as contas com o preço de umimóvel pequeno, de apenas 70 metros quadrados. Com sorte (e aperto), isso dá um apartamento de dois quartos. E provavelmente em uma unidade antiga, já precisando de reparos. E, mesmo assim, é muito, muito difícil conseguir a renda necessária para o financiamento.
A tabela abaixo mostra a situação das principais cidades pesquisadas:
Bolha imobiliária
Ou seja, somente tendo uma renda familiar excessivamente elevada para conseguir adquirir um imóvel nas principais capitais do país. Na cidade mais barata, Salvador, um apartamento de 70 metros quadrados custa em torno de R$ 300.000,00, e é preciso ter uma renda familiar superior a R$ 7.000,00 para adquiri-lo.
Talvez você considere razoável. Mas lembre-se de que estamos em um país no qual, para entrar na classe média, um indivíduo necessita ter renda de até R$ 441,00. Não, não é uma piada.
Seguindo o critério utilizado pelo governo nacional, ninguém da classe média conseguiria adquirir um apartamento de dois quartos no país. Afinal, para fazer parte da alta classe média, basta ter renda individual de R$ 1.019,00, ou renda familiar de até R$ 4.076,00. Mais que isso, você já é rico (classe alta). E ainda assim teria dificuldades de comprar um imóvel. Repito: em Salvador, a mais barata das capitais pesquisadas, seria necessário ter renda familiar média de R$ 7.295,57 – o que já qualificaria a família como de classe “A”.

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Preços altos demais nas principais cidades reforçam temor de bolha imobiliária

Fica difícil saber o que é mais ridículo: o critério governamental de classificação da renda familiar ou o nível absurdo dos preços de nosso mercado imobiliário.
Em média, adquirir um apartamento de 70 metros quadrados pressupõe renda familiar de R$ 11.362,56. Parece pouco – basta que marido e mulher aufiram R$ 5.681,28 por mês -, mas não é. Quantos empregos pagam isso no país? E, mais importante, quantos empregos à margem do serviço público pagam isso?
E perceba que estamos falando de apartamentos de 70 metros quadrados. Um apartamento de 100 metros quadrados – o que não é, ainda, nenhuma grande mansão – já elevaria esses valores para níveis ainda mais impagáveis para o brasileiro médio.
Sinceramente, não sei para onde estamos caminhando. Cada vez mais vozes apontam a existência de uma bolha imobiliária, e dados como esses – que mostram o descolamento absurdo do preço dos imóveis da renda da população – inevitavelmente dão base à tese.
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Uma coisa que a matéria não comenta, mas é bom falar, é que além dos custos com a compra do imóvel junto à construtora e a aquisição do financiamento imobiliário junto aos bancos, existem também os custos com os móveis ou reforma (bleee, óbvio) e com o pagamento de taxas e impostos, como o ITBI (imposto de transmissão de bem imóvel), a escritura pública, e o registro do imóvel.

Nessa 'brincadeira de casinha', essas 'custos extras' se não forem planejados podem sair caro e resultar numa boa dor de cabeça... Bom, mas eles são assunto para um próximo post!

É isso ae (:

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